sábado, 2 de agosto de 2008

Morro do Sabão

Quando eu era pequena sempre ficava na casa da minha vó, como ela mora no alto de um morro, o maior que eu conhecia a gente a chamava de Vó de Cima. Perto da sua casa tinha um morro enorme que era de paralelepípedo, ou como, a gente chama na minha terra: era um morro de macacado, pra complicar ainda mais a situação desse coitado morro em seu pé corria o rio.
Esse morro era tão grande e tão pavoroso, que era chamado de Morro do Sabão, por que quando chovia virava um escorregador gigantesco, nem o Playcenter tinha um tão grande...
Eu sempre andava de bicicleta perto da casa da minha vó, pra ir a todo lugar, meu pavor desse morro era tão grande que eu sonhei várias vezes que eu estava andando de bicicleta, num dia de chuva, e perdia o breque e descia o morro com tudo e chegava lá embaixo me esborrachava no chão ou caía no rio, sempre acordava assustada.
Mas, como dizem: o tempo é o melhor dos remédios (ihihih).
Há duas semanas voltei a encará-lo frente a frente, mas dessa vez... Engoli o medo e o enfrentei, manobrei o carro, e não pensei, ou enganei meu cérebro, respirei fundo e fiz tudo, sai meio trêmula, mas com a vitória, no retrovisor o carrasco da minha infância.
Quando olhei para o retrovisor, quis até dar uma piscadinha, como se faz nos filmes, mas ri sozinha. Lá estava eu sem medo do Morro do Sabão, mas um fantasma ficava para traz.
É mesmo como as pessoas dizem o tempo é melhor remédio, esperei o meu tempo e enfrentei um grande obstáculo, mas é claro que nem todos os obstáculos são iguais ao Morro do Sabão, mas agora pretendo enfrentá-los como fiz com ele, no meu tempo. Outra lição importante é sempre respirar fundo e olhar para frente como se não houvesse nada atrás de você.

Por hoje é só pepepessoal!